terça-feira, 16 de agosto de 2011

Texto e produção

SOCOOOOOORROO!

Tem uma bruxa na minha janela!


Certa manhã, ao abrir a janela do quarto, Aurelinho, mais conhecido por Mentirinha, deu de cara com uma baita coisa estranha na janela do seu quarto. Levou o maior susto com aquela sombra que refletia na parede. Era tão... tão... grande, que ele nem teve coragem de se aproximar daquele negócio horroroso.
E aquele tico de gente encontrou uma saída supersônica – pôs a boca no mundo:
- Socooooooooooorroo! Tem uma bruxa na minha janela! – gritou com todas as forças e saiu “ventando”. [...]
Do lado morava Berê, a garota das trancinhas no cabelo, amiga do Mentirinha. Ela escutou o pedido e saiu gritando esganiçada pelo quintal:
- Socooooooooooorroo! Tem uma bruxa enorme, toda de preto, na janela do quarto do Mentirinha, com uma vassoura na mão! Cruz credo!
Godofredo, o vizinho do outro lado, que estava no quintal batendo bola, escutou a gritaria da Berê e correu até o portão da casa, fazendo o maior estardalhaço:
- Socooooooooooorro! Tem uma bruxa enorme, toda de preto, na janela do quarto do Mentirinha, com uma vassoura na mão, uma colher de pau na outra, mexendo um caldeirão. Salve-se quem puder!
[...]
Entretanto, ninguém sabia ao certo como era a bruxa. Cada criança tinha uma novidade para contar:
- Eu vi, ela tem uma verruga cabeluda no nariz – falou Berê. [...]
- Eu também vi, ela tem um dente só! – disse Godofredo. [...]
De repente, no auge do fuzuê...
A porta da casa assombrada pela bruxa se abre e Mentirinha sai de lá todo serelepe, de mãos dadas com a mãe, que certamente ficou surpresa quando deu com os olhos na multidão:
- Posso saber o que está acontecendo? Por que estão olhando pra minha casa?
O pessoal estatela os olhos nos dois e todos perguntam a uma só voz:
- Cadê a bruxa que estava na janela?
Mentirinha tratou de responder num zás trás:
- Ora, voou!
A resposta estourou como uam bomba. Foi um corre corre, tranca que tranca, fecha que fecha janela que não acabava mais, pois as crianças ficaram tremendo de medo de a feiticeira pousar pela redondeza outra vez.
[...]
E tudo isso aconteceu só porque, certo dia, uma “bruxa” resolveu pousar na janela do quarto do Mentirinha.
Ah, você sabe por que razão Aurelinho tem o apelido de Mentirinha?
Não! Não se trata de nenhum garoto mentiroso, como você está imaginando. O apelido fora inventado pelo pai, grande jogador de basquete, dono de pernas muito compridas... Ele vivia dizendo para a esposa que o filho era tal e qual mentira, pois tinha pernas curtas...
E fica a pergunta: por acaso Aurelinho falou alguma mentira quando viu aquela mariposa preta na sua janela?

Márcia Paschoallin. Socoooorro! Tem uma bruxa na minha janela! São Paulo, 2007






Vocabulário:

Supersônico – mais rápido que o som.
Esganiçado – de som agudo, que desagrada os ouvidos.
Estardalhaço – grande gritaria.
Auge – o ponto mais alto que alguma coisa pode atingir.




Produção de texto

Agora você será o narrador personagem desta história. A partir do início do texto, faça o seu relato de forma que você participe da narração.

Não se esqueça de:

- Dar um título à história;
- Se houver diálogo entre os personagens, usar a pontuação adequada;
- Dar uma sequência ao texto (início, meio e fim);
- Reler a história.

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Eu acompanhava com curiosidade a mudança da nova vizinha. Do caminhão, além de uma mulher idosa, toda vestida de preto, saíram: trouxas, móveis antigos, enormes baús, caixas com potes de todo tipo e até um caldeirão de ferro.
Na manhã seguinte, a fumaça já saía pela chaminé da casa ao lado. Não aguentei e fui dar uma espiadela.

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